Bom, contarei a história de como
encontrei o meu cão Thor. Fazia um bom
tempo que eu estava prometendo isso e enfim cumprirei, pois promessa é dívida.
=D
Então Let’s go! o/
Março de 2010:
Manhã nublada, do jeitinho que eu
gosto, começo de semestre, tudo estava favorável para passar a tarde toda em
casa. A preguiça tava comendo solta e meu plano era matar aula!
Aproximadamente 11:30 da manhã,
Ju passou na minha casa, assim como de costume para que rumássemos à ETEC.
LOL Verdade seja dita.
Bia também já foi V1D4 L0k4!
Conversa vai, conversa vem,
caminhávamos para o ponto de ônibus. Lembro como se fosse ontem o nosso diálogo:
Bia: “Poxa
Ju... Mow chato hoje, não tô com vontade de ir pra ETEC não... Vamo matar
aula?? =D”
Ju: “Ah BIXAAAAAA, se você não
vai, eu também não vou não!”
Bia: “Ah,
beleza! Mas poxa... Se eu chegar lá em casa agora, meu pai vai brigar comigo
(pai de férias na época)... Temos que dar uma desculpa!”
Ju: “Ihu, se lascou então!
HAHAHAHAH.”
Bia: “Ah,
vamo até o ponto de ônibus pelo menos, lá a gente vê o que faz...”
Ju: “Tá
certo!”
No meio do caminho, começou chover.
Como a Ju sempre foi bem prevenida, já foi sacando o guarda-chuva da mochila,
até que eu falei:
“NAAAAH!!! ESSA É A NOSSA
JUSTIFICATIVA PRA VOLTAR PRA CASAAA!
VAMO TOMAR CHUVA! HOHOHO”
E assim a Ju acatou minha ideia. Caminhamos
lentamente na chuva até o ponto de ônibus, para ali esperar um pouco e voltar
pra casa com a já famigerada desculpa: “Aiii
paiii, tomei chuva, por isso voltei pra casa... mimimi” << Adicione aí uma voz retardada.
Chegamos ao ponto e este estava
lotado de gente, coisa anormal para o horário, mas não para um dia chuvoso. A
chuva já tinha cessado e resolvemos dar um tempinho lá. Busão chegou e o
pessoal começou fazer fila para entrar, foi então que eu ouvi um grunhido e
isso me chamou a atenção.
Procurei de onde vinha aquele som
que lembrava o de algum filhote, ou de cachorro ou gato, era uma reclamação de
dor e eis que me deparo, ali no cantinho, deitado em uma poça de lama um
pequeno cachorro, um filhotinho, um pequeno guri.
Fiquei uns instantes olhando o
bichinho, o povo passava perto dele, mulheres com tamancas gigantescas quase
pisando no pobrezinho e ele não fazia absolutamente NADA pra sair do lugar...
De início eu pensei: “Nossa que cachorro sonso... Não sai do
lugar pra nada.”
Mas depois eu comecei me
preocupar com a situação dele, pois ele estava deitadinho na lama, possivelmente
com frio, magrinho, parecia não ter forças para nada.
Me aproximei, abaixei e comecei cutuca-lo...
Comecei mexer com ele para ver sua reação e o povo no ponto ficou me olhando
com uma cara tensa, aposto. Mas eu não tava nem aí. LOL
Pra quem salva
inseto na rua, salvar um cachorro não é nada LOL
Tentei deixa-lo de pé, mas o
filhote não tinha força nas pernas, caía direto, não andava, nem forças para se
arrastar ele tinha. Achei que ele tivesse alguma doença contagiosa e fiquei com
medo de ficar com a mão nele...
Dó pra lá, dó pra cá. A Ju também
estava mobilizada com o animal. Se eu simplesmente fosse embora e largasse ele
lá, eu tinha certeza que ia me arrepender pelo resto da minha vida, então com força,
vitalidade e energia da juventude me virei para a Ju e falei:
“LEVAREMOS PARA CASA!” o/ [imagine a imagem de um super-herói e insira aqui]
A Ju não podia ter cachorro e eu
já tinha a Lara, mas meus planos eram ficar com o pequeno só por um tempo até
ele ficar forte e depois doá-lo para alguém.
Sem pensar duas vezes, a Ju pegou
minha mochila e me deu a sacola onde estava guardado o seu guarda-chuva,
ensacolei o cachorro e seguimos de volta para a casa. LOOOOL
Sim,
eu tava com um pouco de nojo daquele cachorro doente, eu confesso!!! Por isso
coloquei ele mesmo dentro daquela sacola. Mas a sacola que foi a salvação!!
O bichinho tava só pele e osso,
mas mesmo assim, subir altas ladeiras com ele começou desgastar meus braços e a
sacola também. Lol
No meio do caminho, comecei me
cansar e o cachorro começou fechar os olhos...
Ju: “Não olhe para a luz! NÃO OLHE PARA A LUZ!”
Bia: “AAA VOCÊ TEM QUE VIVER!! EU TÔ CARREGANDO
UM CACHORRO DESCONHECIDO NUMA SACOLA, TODOS ME OLHANDO, EU CORRENDO RISCO DE
PEGAR UMA DOENÇA DE VOCÊ.... FIQUE VIVO! TODO MEU ESFORÇO NÃO PODE SER EM VÃO,
SEU INFELIZ!”
Ju: “Bia, não vamos deixar ele fechar os olhos,
senão já era!”
Bia: “Imagina só se ele morre nos meus braços...
Aí eu me ajoelho aqui no meio da rua com ele no colo e grito ‘NÃÃÃÃÃÃOOOOO’, aí
tudo à minha volta fica escuro e só uma luz ilumina eu e o cachorro, aí a alma
dele sai... AHEAHEUAHEUAH pult’z que daora Ju! Seria igual desenho! HAHAHAHA”
Ju: “HAHAHAHAHA Poxa Bixa!!! Será que isso vai
acontecer???” LOOOOL
Bia: “Puxa será?! Lol Ah não! Não pode, não pode... Eu nem conheço o cão
ainda, mas mesmo assim...”
Ju: “É, não pode... Não olhe para a luz!”
Bia: “Se ele viver eu já sei como chama-lo. Ele será Thor! Crescerá
bem forte e honrará o nome!”
Chegamos em casa, meu pai estava
indo levar o meu irmão na escola.
Eu fiquei com medo dele reclamar
de algo, mas como ele é uma boa pessoa, deixou o cachorro em casa e nada falou.
Saiu com o Biel.
Ju e eu tratamos de pegar um
pouco de ração da Lara pra ele, arrumamos uma caixa, colocamos uns panos e eu
joguei ele lá dentro. Lol
No começo eu fiquei com mais medo
é da minha mãe. Não sei, achava que ela fosse brigar comigo ou algo do tipo,
mas quando ela chegou em casa, falou que jamais poderia me ‘esculhambar’ por
ter trazido um animal machucado pra casa, porque fazer o bem é algo importante
que muita gente se esquece de fazer, tem vergonha ou até mesmo medo de
represálias de outras pessoas por conta disso. Mas deixou claro que ele ficaria
aqui só até ficar melhor.
Dias passaram, de vez em quando
dava uma olhada, um pouquinho de leite, ração, água e até banana pra ele (hoje
em dia ele adora) e assim aconteceu. Foi a partir daí que ele começou se firmar
e andar de pouquinho em pouquinho.
Dia após dia, hoje ele é saudável
e continua aqui, se tornou realmente forte, anda destruindo tudo, bagunçando
tudo, já foi pai e mesmo de forma desajeitada já consegue andar.
Descobrimos que ele sofre com um
problema de coluna, por isso que não consegue andar direito, provavelmente
alguém machucou suas costas naquela época.
Mesmo com esse problema de não ter
muita força nas pernas e ficando em pé durante pouco tempo, ele consegue correr
e tem um equilíbrio considerável. Acho que ele tem uma vida feliz. =D